Gabriela Mund
Adulto Índigo: A plateia deve ir embora
O espetáculo acabou! O som cessou e as luzes foram apagadas. Não há mais nada ali para ninguém ver. Todo o ensaio, todos os treinos, os figurinos, maquiagens, tudo valeu! Mas agora, acabou o espetáculo.
Onde quero chegar? O que preciso fazer? Essas são as perguntas que você deve se fazer agora.
Não há mais script e o os ensaios acabaram. A vida continua e para onde você vai?
Bom, normalmente compartilho com vocês experiências que vivo, onde aprendo com as intuições que me chegam de forma estranha às vezes, mas é assim que Eles me mostram o que fazer, o que escrever.
Depois da última semana, em que eu não estava legal, adotei como hábito ir andar de roller. Ouvir música e cantar. Permitir que essa energia que chega até mim com todas essas mudanças que estão acontecendo se expanda. E assim, de alguma forma eu possa contribuir comigo mesma, ajudar a mim mesma e curar a mim mesma.
E hoje eu estava lá... cedinho, sol entre nuvens... Alguns surfistas na água, esperando pacientemente as ondas que teimavam em não vir. Caminhei uns metros a pé, para então colocar meu roller e começar...
Alguns pares de pescadores se equilibravam nas pedras do molhe na tentativa de pescar algum peixe, talvez para o almoço. Talvez por diversão ou ainda, talvez por necessidade.
E eu estava lá... ninguém olhando ninguém... Todos fazendo o que queriam fazer. Parecia que não havia nada em volta... E eu, na minha solitude, deslizei sobre as rodas por alguns bons minutos, rezei, agradeci, tirei o roller e vim pra casa.
Não houve plateia. Não esperava encontrar ninguém. Não esperava que ninguém me visse.
Não contava com aplausos.
Eu estava ali, de corpo e alma por mim! Apenas por mim! Para a minha alegria, para o meu trabalho interno, para eu me movimentar. Não importava quem estava em volta.
Creio que precisamos aprender. Tudo o que fazemos, devemos fazer por nós! A sociedade vai tentar, de todo jeito nos levar aonde todos estão indo. E esse não é o caminho. Creio, que no momento, o meu caminho é o inverso.
Estou descobrindo que não é preciso fotografar tudo, filmar tudo. É preciso viver o momento, para que as fotos e os filmes não sejam necessários, pois o melhor daquele momento, está guardado em mim. E isso é o que basta!
Esqueça a plateia! Não pense no que os outros vão pensar, achar... pense no que você quer. Vá atrás daquilo que lhe faz bem! Imaginem... uma mulher de 40 anos andando de roller, ouvindo música e cantando alto, pode parecer ridículo para quem olhar, mas para mim não é. E isso, no momento, basta!
Ensaiamos uma vida até agora. Aprendemos, estudamos, erramos e acertamos. Caímos e levantamos. Tropeçamos... e tudo isso para podermos chegar aqui, agora.
Por alguma razão creio que estamos num momento decisivo, sinto isso.
Momentos intensos foram vividos nos últimos anos. E tudo isso para que? Para podermos entrar nessa nova fase que adentraremos em breve. Para continuarmos de forma mais segura, madura e consciente.
Esqueça os outros, o que os outros vão pensar. Prestaremos contas daquilo que nós fizemos e do nós deixamos de fazer. Os outros? Os outros terão que responder por aquilo que eles fizeram.
O trabalho é interno. Independente de todo o resto que existe na vida, o trabalho interno, a alegria, o amor, a felicidade, é de cada um. Você não pode mais responsabilizar o outro pelo que ele faz com você. Não existe mais espaço para isso. Você é o seu todo, e é aí que precisa encontrar-se, reconhecer-se.
E nessa hora que percebi, que aquela velha história de que nascemos sozinhos e sozinhos iremos embora é de fato verdade.
A plateia foi embora... E você está aí e precisa continuar. E agora?
EU SOU Gabriela Mund
