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Foto do escritorGabriela Mund

Idade Média X Século XXI


Aqui estudando a história da Educação e aterrorizada, lendo as palavras que contam a história da educação na Idade Média. Me permiti então fazer um comparativo com o que vejo hoje nas escolas. Estou verdadeiramente espantada. Por mais que os documentos públicos e planejamentos sejam diferentes, a realidade me parece próxima, talvez um pouco mais bem “maquiada”.


Antes a Igreja, agora uma ideologia política, ambas com o mesmo propósito: Controle, Poder e Ganância!


Sim, na Idade Média a Igreja Católica agia com desmandos em nome da fé. Utilizava-se do poder de intermediária entre Deus e os homens (poder instituído por Ela mesma) para julgar e condenar todo aquele que lhe convinha. Educar, converter e escravizar seres humanos da forma como lhes parecia conveniente. Usando a lógica da dominação, tomou o território, as riquezas e por que não dizer, a vida de todos. Restringindo o conhecimento àqueles que lhe interessavam causou danos culturais e sociais gravíssimos, levando a sociedade à um enfraquecimento absurdo e o ser humano à uma condição deplorável. Não por menos que a Idade Média ficou conhecida por Idade das Trevas.


E está escrito, registrado para quem quiser ler:

“Para fazer feliz a sociedade e manter contentes as pessoas, ainda que nas condições mais humildes, é indispensável que o maior número delas seja pobre e, ao mesmo tempo, ignorante. (...) Quanto mais saiba do mundo e das coisas alheias a seu trabalho ou emprego, um pastor, um lavrador ou qualquer outro camponês, mais difícil lhe será suportar as fadigas e as penalidades de seu ofício com alegria e satisfação.” (MANDEVILLE, 1982 apud SAVIANI, 2008, p. 102)


Bom, estamos no século XXI e não mais por uma Igreja (ou não escancaradamente como antes, ou quem sabe a Igreja faça parte mas não queira se mostrar verdadeiramente), somos manipulados, controlados, pisados, roubados e no momento, aprisionados por uma ideologia política que tenta nos tirar tudo aquilo que conquistamos.


Nossas escolas foram pouco a pouco perdendo o sentido. Sim... nossos filhos aprendem lições aleatórias sem pouca aplicabilidade na vida diária. Conteúdos vazios são ensinados e cobrados em provas pouco claras e muito pouco refletem o que de fato o aluno aprendeu.


Cada dia mais cedo, alfabetizam crianças de 3-4 anos, e ainda ensinam operações básicas da matemática (dizendo ser de forma lúdica) sem levar em consideração o tempo do desenvolvimento cerebral e biológico da criança. Isso leva a quase metade de uma turma (para ser otimista), a apresentar “dificuldades de aprendizagem” anos na frente, porque a criança já se sabe incapaz. Mas não... ela não é incapaz, ela apenas não estava pronta fisiologicamente para traduzir aquela linguagem. Mas a escola parece não perceber... Assim temos uma fábrica interminável de crianças com problemas, incapazes de aprender e com a auto estima quebrada aos 3-4 anos de idade.


O Português, nossa língua mãe, aos poucos vai dando espaço à um vago conjunto de palavras que escritas às vezes por duas ou três letras que são digitadas em conversas. Não há mais cadernos corrigidos em caneta vermelha pelos professores, e em muitos casos nem tem mais cadernos. As atividades são online. O escrever, a motricidade fina de segurar uma caneta, a caligrafia e tantas outras práticas que hoje são consideradas antiquadas nos levam a perceber que aos poucos eles querem que percamos também essa identidade: a nossa língua!


A propósito, hoje não se corrige nem se estimula a criança a escrever com uma letra melhor, não! Garranchos são aceitos! Muitos deles não podem ser lidos, mas o professor não precisa mais se preocupar. Pais e mães que sugerem o uso da caligrafia são ridicularizados.


Há tanto conteúdo para ensinar e repassar aos jovens sentados silenciosamente em suas desconfortáveis carteiras que também não é mais permitido questionar. Não é mais permitido contrariar. Refletir? Nem pensar! Não dá tempo. O tempo é contato. O conhecimento tem uma via: professor – aluno e assim precisa ser para se dar conta de tudo.


Perdidos em balelas como as ideologias de gênero e tantos outros assuntos que são desnecessários, a escola virou de fato, um lugar de ócio. Crianças e jovens não precisam mais aprender de fato para passar de ano. Ainda me pergunto como uma pessoa chega ao nono ano sem saber escrever uma redação. Sem saber compor um texto de forma clara. Mas o pior não está aí. Quando perguntado sobre a classificação de um artigo, de um substantivo, de um pronome ou ainda de um adverbio, não soube responder o que era isso. Aprendem sujeito e predicado sem saber classes gramaticais, ou ainda sem saber o que é fazer uma análise sintática. É preocupante...


Aos poucos essas coisas estão acontecendo, e parece que ninguém de fato percebe o aculturamento que estamos vivendo. Esse mesmo aculturamento já vivido na época dos jesuítas!


Não sei ao certo o que querem. Mas a ideia é nos tornar miseráveis! Pobres! Ignorantes! Nos emburrecendo de geração em geração. Assim em breve teremos fome, lutaremos instintivamente por um prato de comida e quando nos oferecerem uma migalha, seremos “gratos” eternamente. Esse é o jogo!


Hoje, não mais pela fé, mas pelo medo, tentam obter o controle do mundo. Sorrateiramente entraram nas escolas e transformaram-nas em locais políticos! Me pergunto como mudar isso... e hoje não tenho uma resposta...


Tudo isso sem falar no Sadismo Pedagógico, tão presente naquela época... lá na Idade Média... onde professores e alunos se agrediam e se tratavam sem o mínimo respeito de ambos os lados. Talvez hoje não possamos mais usar essa expressão, mas podemos encontrar em uma pesquisa rápida no google inúmeras questões de violência física e moral entre alunos e professores, sem contar aquelas que não estão lá... nas páginas do google.


A Idade Média me trouxe reflexões... e que reflexões...


Pessoas gananciosas por poder e por controle, manipulam as vontades. E as pessoas parecem dormir. Antes adormecidos pela ideia da vida eterna, hoje creio que nem tenham mais crença nessa tal vida eterna. Apenas seguem... sem se questionar aonde estão indo.


EU SOU Gabriela Mund



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